RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO

A contemporaneidade, de fato, atribui às paixões a capacidade de conceder acesso à realidade, aliás, de construir a realidade. Porém, em se tratando da oposição entre razão e paixão, a discussão é bastante antiga, já era clássica não só em filosofia, mas também na educação. A razão, “objetiva”, seri...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Gilbert, Paul (author)
Outros Autores: Oliveira, Ibraim Vitor de (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2019v10n19p122-144
País:Brasil
Oai:oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/20699
Descrição
Resumo:A contemporaneidade, de fato, atribui às paixões a capacidade de conceder acesso à realidade, aliás, de construir a realidade. Porém, em se tratando da oposição entre razão e paixão, a discussão é bastante antiga, já era clássica não só em filosofia, mas também na educação. A razão, “objetiva”, seria a garantia da paz civil; a paixão, “subjetiva”, seria, contrariamente, causa de muitos distúrbios sociais. A partir de Platão, a primeira é chamada a confrontar-se com a realidade, vale dizer, com os elementos estáveis da experiência humana. A razão é, por princípio, mestra de si, ativa e impassível com relação ao que é flexível e não se deixa tocar por nada que possa fragilizá-la ou mudá-la. A segunda, diversamente, é pouco confiável, porque sempre em movimento e com absoluta dependência dos eventos que a impulsionam casualmente; ela é essencialmente reativa. Por isso, para a tradição, o ideal de homem, a melhor expressão da sua identidade e da sua dignidade, se situa na sua capacidade de realizar a própria vontade, de não ser enganado por paixões fantásticas e inconstantes. Trata-se de uma autodeterminação, em outros termos, de inteira possessão de si.PALAVRAS-CHAVE: Paixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.RIASSUNTO:La contemporaneità attribuisce infatti alle passioni la capacità di dare accesso alla realtà, di costituire anzi la realtà. L’opposizione era però classica, in filosofia ma anche nell’educazione, tra la ragione e la passione: la prima, ‘oggettiva’, garantirebbe la pace civile; la seconda, ‘soggettiva’, sarebbe invece causa di molti disturbi sociali. Da Platone in poi, la prima è chiamata a confrontarsi con le realtà, vale a dire con gli elementi stabili dell’esperienza umana: è per principio maestra di sé, attiva e impassibile verso ciò che è fluttuante, non si lascia toccare da niente che possa renderla fragile o cambiarla; la seconda, invece, poco affidabile, perché sempre movimentata e dipendente dagli eventi che la sfiorano casualmente, è essenzialmente reattiva. L’ideale dell’uomo, l’espressione migliore della sua identità e della sua dignità, si situa perciò nella sua capacità di realizzare la propria volontà, di non essere ingannato da passioni fantastiche e incostanti; è l’auto-determinazione o la possessione intera di sé.PAROLE CHIAVE: Passione. Ragione. Realtà. Compassione. Interlocuzione.