Resumo: | Pretende-se, neste estudo, discutir como os poetas palacianos do Quatrocentos português usaram a tradição e a inovaram com elementos de inventividade e criatividade, de modo a serem denominados precursores de futuras estéticas literárias. Tomar-se-á por paradigma o poeta e coudel-mor Fernão da Silveira. Uma das principais personagens da nobreza portuguesa, Silveira destaca-se por extensa produção poética, bem como pelo rigor com que exerceu sua função política. Uma vez que a crítica vem apontando o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende como repositório de futuros movimentos literários, o objetivo é examinar, através de Fernão da Silveira, os meios de que se serviram os poetas do fim do medievo português no cultivo de formas e temas caros às escolas renascentista e barroca e, mais tarde, à arte literária concretista e experimentalista.
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